Meu compromisso é com Santa Catarina

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um olhar na Juventude

A temática da sustentabilidade e de respeito aos limites ambientais, somada a uma visão de perspectivas mais tentadoras para a solução de problemas encontrados em nossa sociedade, como a falta de mobilidade, poluição, substituição da alimentação fraca em nutrientes por uma alimentação orgânica e nutritiva, como forma preventiva de se evitar doenças, bem como um posicionamento em direção a uma cultura de paz foram fatores que conquistaram a juventude, a classe média e boa parcela das nossas metrópoles e capitais”.
Tiago Franco Toledo
Coordenador Político da JPS Nacional



Terminada a fase de coleta (contribuições publicadas) na Tribuna de Debates do PPS e demais ferramentas (Grupo no Facebook, etc) para que a Comissão de Sistematização reúna elementos suficientes que nortearão a Tese Congressual, é preciso estimular uma nova fase, pugnando que no bojo dos assuntos tratados, dentro dessa riqueza de matizes de temáticas (majoritariamente pugnando um novo modelo político partidário e de sua relação com a neo-cidadania) que as bases modificativas defendidas pela Juventude, notadamente, estejam homenageadas no trabalho.

Lançamos o movimento Sou + PPS onde pretendíamos debater os rumos de nosso partido ainda no passo que se passou, fizemos um documento político que falava de posições sobre todos os aspectos deste país. Texto elogiado mais não utilizado, então acho que, falo por todos nós quando digo termos capacidade de contribuir mais que queremos ser ouvidos e não simplesmente usados para referendar,fico muito feliz de ver que estamos com o sentimento de reformulação onde existe a abertura para refundar nossos idéias num mundo moderno”, - Raquel Dias, Coordenadora de Movimentos da JPS Nacional.

Particularmente, publiquei contribuição na Tribuna, e ao abordar especificamente a nossa Juventude Partidária, chamando atenção de que os jovens protagonistas reformulem o aspecto (já superado) de um exaustivo embate de forças no falido movimento estudantil brasileiro, materializada nos aparelhos da UNE, UEE, etc, e vislumbremos em uma vanguardista visão no que tange a novas formas de organização e participação de uma juventude que pragueja contra a política e os partidos.

Esta crítica é oportuna e muito necessária, pois acompanhei o trabalho fomentado quanto a nossa (eterna) participação no Congresso da UNE, afastados os elementos que devo respeitar daqueles que defendem ainda esse tipo de atuação, há de se destacar que, muito pouco (para não ser unânime) ou quase nada agrega-se ao que ousamos construir quanto uma (nova) organização partidária.

O Movimento Estudantil teve sua sobrevida na década de 90, quando espertamente, a esquerda que detém o monopólio destes organismos, aliou-se a uma mobilização nacional, e que, intimamente foi patrocinada pelos grupos de poder e a poderosa mídia nacional, no sentido de desnudar Fernando Collor de Mello, do cargo de Presidente da República.

De lá pra cá, o ME em nada contribuiu para os grandes debates ou na defesa nacional de reformas estruturantes, ao contrário, como parcela da esquerda ascendeu ao poder no Governo Federal, o engessamento robusteceu, o controle ganhou contornos de um ‘mensalão estudantil’, e certamente estas estruturas não representam sequer um décimo de brasileiros que estão nos bancos do ensino superior, pelo menos, não do ponto de vista democrático e participativo, vive-se de uma história, que a cada geração ignora estas formas de representação, tanto é fato, que para muitos deles estes órgãos servem tão somente para confeccionar a Carteira Estudantil, a qual dará descontos em eventos e atividades culturais (ou acesso a tarifas diferenciadas no transporte público).

Reforçando o equívoco destes esforços, lanço ainda mais indagações, do que é uma agenda dos jovens, ou o acatamento de diretrizes hierarquicamente ascendentes dentro da estrutura partidária que determinam a pauta política da nossa franzina juventude, exercendo assim o controle, tanto na condução programática afeta a esta, quanto o mando estrutural ou de recursos (estes últimos obras de ficção dentro do PPS).

É fato, se defendemos um novo partido, os jovens militantes devem debruçar-se e erigir uma nova Juventude, que esteja interligada as necessidades e preocupações desta classe de cidadãos, inter-relacionando nas esferas já consolidadas (tanto no âmbito virtual, como nos organismos reais) construídos na sociedade.

E o que parece é que nossa gloriosa Juventude, desmobilizada e ausente nas discussões que vão se transformar nos basilares vivos para a uma possível mudança no Partido (com excepcionais exceções), contribuiu para o seu afastamento na agenda partidária e acima de tudo, na tímida (em alguns casos, inexistente) influência nos espaços de poder dentro do PPS.

Dois aspectos podem ser levantados, o primeiro, é o processo natural do qual os partidos estão vivenciando, onde a geração mais jovem já não se vê mobilizada dentro de uma agremiação política, e segundo, aos que se aventuram por este caminho, o tempo se encarrega de frustrarem e acabam por sucumbirem ao ceticismo (a cultura de que tudo permanecerá como está), portanto, preferem optar pelo silêncio e indiferença, apagando o período mais intenso de produção (intelectual) e na articulação política, bem como o trabalho voluntário realizado para fortalecer o sentido de todas as bandeiras e princípios incutidos na agremiação política, ferramentas que num passado já saudosista, embalavam os núcleos eminentemente jovens nos Partidos que lutavam por um Estado Democrático de Direito e propostas modificativas em um país de exceções. Eis aqui, uma escola de cidadania viva que foi abruptamente extinta, dando lugar para os profissionais da política e os agentes de mandatos personalizados, focados tão somente para o próximo pleito.

O partido realmente tem essa séria dificuldade em perceber a importância da juventude para a construção das políticas atuais, deixando-nos a mercê da nossa própria sorte e sem o cuidado necessário de estabelecer com a juventude um pacto que capacite-nos para buscar compreender a realidade atual que é fruto das manifestações políticas do passado. É absolutamente incrível que em nosso partido se pregue a educação para todos, de modo universalizante, capacitante e que possibilite a oportunização a todos de condições para se inserir socialmente e economicamente na sociedade e por outro, deixar a sua própria juventude míope em relação aos problemas que nos atingem cotidianamente que terão reflexos futuros na vida dos jovens de hoje” (Tiago Toledo).

Pugna-se na Juventude Popular Socialista, uma nova relação entre Partido e sua Juventude, um ato grandioso dos jovens socialistas e que mereceria, no mínimo, uma profunda reflexão com vistas ao nosso XVII Congresso Nacional, até porque faz todo o sentido pautarmos essa discussão, dada a ampla citação sobre a Juventude e uma nova proposta partidária em diversos documentos publicados no nosso Fórum de Debates.

Na contribuição, procurei pontuar em linhas gerais, que a Juventude Partidária como instância participativa da mobilização política precisa ser repaginada. Precisa por que, está mais do que claro que, se antes sua influência se dava essencialmente sobre os movimentos sociais – mais especificamente, no estudantil universitário –, hoje esta se dá diretamente sobre o indivíduo, sem necessariamente estar vinculado a um outro movimento.

Para o marketerio Fernando de Holanda, também conhecido como Dukah, que é um jovem militante político, diz que é neste sentido que a tal repaginação da Juventude Partidária se daria. “Não só a juventude é verdade, mas qualquer outro movimento, sindicato, associação classista ou qualquer coisa que o valha. Falo especificamente da Juventude por que, primeiro, me identifico com ela e, segundo, por que, em teoria, tem a base mais ‘conectada’ dentre as citadas.

No entanto, o que se vê hoje não é bem por aí. Parece que alguns segmentos da jovem classe política ainda não atentaram que há um caminho alternativo ao movimento estudantil e às lideranças comunitárias. Um perfil que teoricamente tanto se revoluciona, ainda não percebeu que a revolução da comunicação atinge diretamente sua mobilização”.

Entendo que devemos avançar no que se refere por militância de juventude, acredito que estaremos transformando a realidade político partidária, aliando-nos aos movimentos e organismos sociais, dos quais nos distanciamos, quando assinarmos um pacto para o desenvolvimento e a construção das diversas formas de lideranças (portanto não apenas a juventude, mas mulheres, sindicalistas, movimentos sociais, etc),

Sempre comunguei que a nossa juventude deveria atuar em diversas esferas, das quais outros organismos partidários carecem de atuação dado a verticalização hierárquica que os mesmos sofrem profundamente, exemplificando, as nossas ações devem focar conquistas verdadeiras e na obtenção de direitos, em sensível sintonia com nossas bancadas parlamentares, ou representantes nos executivos, incrementando de forma inegável um contingente bastante considerável de brasileiros e que ainda tem poucos ganhos no que tange as políticas públicas. Em fato recente, a Juventude mobilizou (praticamente no campo virtual) a articulação e a pressão política que redundaram na aprovação pelo Congresso da PEC da Juventude, uma conquista coletiva, mas eminentemente creditada a JPS.

Temos então um grande desafio, participar ativamente na discussão interna, estimulando que um número crescente de jovens corroborem nos documentos que estão amplamente abertos nos canais de comunicação do PPS, e paralelamente a isso, formarmos um corpo uníssono de pressão, exercendo assim a transformação que queremos de nosso Partido, mas que se inicia, forçosamente, dentro de todos nós.

Florianópolis, 1º. De Agosto de 2011.

ALISSON LUIZ MICOSKI
Secretário de Mobilização da Juventude
Comissão Executiva do PPS-SC

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