A
ação de 1977 é tratada como um dos maiores esforços militares em busca de
objetos voadores não identificados no Brasil
O
Ministério da Defesa promete revelar, em junho, documentos secretos de uma das
maiores operações militares envolvendo objetos voadores não identificados no
Brasil. A Operação Prato, de 1977, que levou a Força Aérea Brasileira (FAB)
para verificar ocorrências extraordinárias no Pará, produziu um grande volume
de material, em relatos, fotografias e vídeos, grande parte secreta até hoje. A
decisão foi tomada após reunião com membros da Comissão Brasileira de Ufólogos
(CBU) e representantes das Forças Armadas, no dia 18 de abril.
Os
ufólogos acreditam que haja milhares e milhares de documentos sobre o assunto
em posse da Marinha e do Exército. “Da Marinha, existe o caso da Corveta
Mearim, de UFOs que perseguiram embarcações brasileiras da Marinha e deixaram
seus equipamentos inutilizáveis, alguns por um determinado período. E o caso
Ilha da Trindade, de 1958, sobre um óvni que teria sido visto pela tripulação
de uma embarcação da Marinha”, explica Ademar Gevaerd, jornalista e editor da
revista UFO.
Já
do Exército, os ufólogos esperam documentos oficiais sobre o Caso Varginha, de
1996, que teve repercussão nacional. Segundo Gevaerd, esse caso teve uma
investigação secreta e contou com envolvimento dos militares. “Esses documentos
o exército nunca entregou, e eles existem. Nós entrevistamos militares que
descrevem detalhes da captura dos dois seres e de restos da nave espacial.
Temos o áudio dessas entrevistas, inclusive. Não vamos revelar nomes, mas nós
temos esse registro”, afirma.
O
coronel Alexandre Emilio Spengler, coordenador do Serviço de Informações ao
Cidadão do Ministério da Defesa, alegou que, com exceção da Operação Prato, o
restante dos documentos solicitados se encaixa em uma destas categorias: 1)
encontra-se à disposição nos arquivos da Marinha e do Exército e no arquivo
Nacional; 2) não foi encontrado; 3) foi destruído; 4) nunca existiu.
Conforme
Spengler, a Operação Prato, do Comando da Aeronáutica, é a pasta secreta que
faltava revelar. “O último documento sigiloso, e ainda não entregue aos
ufólogos, é o da Operação Prato, que poderá ser aberto já em 1º de junho de
2013. Os demais documentos solicitados pelos ufólogos ou não foram encontrados,
ou não existiram, ou foram destruídos, como é previsto em lei”, afirma. Ele se
refere ao ao decreto nº 79.099/77, que regulamentava a salvaguarda de
documentos sigilosos e permitia sua destruição, assim como dos eventuais termos
de destruição, pela autoridade que os elaborou ou por quem detivesse sua
custódia.
Operação
Prato
Em
1977, a Força Aérea Brasileira deslocou mais de 20 militares para uma operação
especial: registrar e verificar ocorrências de luzes hostis e manifestações
misteriosas na cidade de de Colares, no Pará. Armados com câmeras fotográficas
e filmadoras, os agentes não presenciaram nada extraordinário nos dois
primeiros meses. Depois, no entanto, de acordo com os relatos, o cenário se
alterou completamente: objetos luminosos se movimentando erraticamente, naves
maiores do que prédios de 30 andares e depoimentos chocantes da população
ribeirinha.
A
Operação Prato, como ficou conhecida, resultou em 2 mil páginas de documentos,
500 fotos e 16 horas de filme. Porém quase tudo permanece arquivado, segundo
Gevaerd. “Ainda falta 80% do material, centenas de fotos, vídeos que foram
registrados, relatórios dos pilotos, que fizeram a perseguição - nada disso foi
liberado”, esclarece.
Da
liberação
Segundo
o art. 45 do Decreto 7.724, de 16 de maio de 2012, que regulamenta a Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011, as informações desclassificadas nos últimos
12 meses devem ser publicadas, anualmente, até 1º de junho de cada ano. A
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS) do Ministério
da Defesa é quem avalia os documentos sigilosos do Ministério da Defesa. “Na
reunião do dia 18 de abril de 2013, o representante do Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) informou que os documentos referentes à
Operação Prato (Pará) estão sendo reavaliados por essa Comissão e que poderão
perder o sigilo (secreto) já em 1º de junho de 2013”, declara Spengler.
Interesse
A
reunião, realizada no dia 18 de abril, foi um marco no diálogo entre ufólogos e
militares. “É a primeira vez na história, não só do Brasil, mas do mundo, que o
Ministério da Defesa chamou os ufólogos para conversar e expressar os seus
pontos de vista. Saímos da reunião sem nenhum documento adicional, mas com a
promessa de que eles vão ser liberados”, destaca Gevaerd.
Essa
medida atende a um interesse da população, já que a ufologia açula a
curiosidade dos terráqueos. Ao todo, houve 107 solicitações de informações
sobre óvnis (cinco da administração central do Ministério da Defesa, nove do
Comando da Marinha, 26 do Comando do Exército, 65 do Comando da Aeronáutica e
dois da Escola Superior de Guerra). “Foi a maior demanda sobre um único assunto
recebida pelo Ministério da Defesa”, ressalta Spengler.
Para
Gevaerd, revelar todos os documentos demonstraria transparência e responderia
muitas questões. “Ainda existe uma dúvida se os óvnis existem ou não. As
pessoas torcem o nariz e perguntam: ‘Será?’”, comenta. “Com a liberação dos
documentos, deixa de haver um mistério, passa a haver transparência, e é isso
que as pessoas querem”, insiste. Pelo menos em relação à Operação Prato, as
dúvidas serão respondidas em junho.
Informações: Portal Terra
Informações: Portal Terra

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