Este caso da Fiesc, que, através de uma Câmara Temática, querem apresentar uma ideia de pedágio por quilômetro rodado deixa patente que a infraestrutura que se pensa para o futuro na BR 101 é a única forma de se pensar mobilidade, e um erro, um tremendo equívoco, são bilhões de reais já destinados nas rodovias, enquanto programas para retomarmos a construção de ferrovias, verificar a questão de hidrovias, nossos aeroportos regionais, ficam apenas em belos planos governamentais e em discursos de efeito.
Por conta de diversos fatores temos que rechaçar esta questão de novos modelos de pedágio, eu citaria dois, primeiro, porquê desvia o foco sobre as obrigações que estão sendo deixadas no contrato de concessão e segundo, é sabido que não poderão mexer neste contrato, o objeto (rodovia) e a forma ( praças de pedágio) são os alicerces do documento, consultas públicas, Ministério Público Federal, aí sim a insegurança jurídica poderia tornar inviável o cumprimento contratual, e a quem interessaria isso?
Mas aparenta ainda que há interesses de setores para futuras concessões em trechos federais em Santa Catarina, como por exemplo a BR 280 e BR 470.
Não nos admiremos se hoje aqueles que vem construindo esta defesa por quilômetro rodado, não façam parte de grupos que disputem futuros leilões para explorar as rodovias sob a modalidade que ora estão defendendo!
Economista Professor Augusto Cordeiro
Membro dirigente da Seccional Norte da OESC
Membro dirigente da Seccional Norte da OESC
Há muitas décadas o Brasil é visto como um país em desenvolvimento, mas o status de nação desenvolvida sempre foi uma meta distante, uma promessa futura quase inatingível. Enquanto isso, nosso país se posiciona na contramão em vários setores estratégicos, como é o caso da infraestrutura de transporte. Primeiro, por optarmos pela prioridade ao rodoviário, deixando de lado o modal ferroviário, comprovadamente o mais eficiente para transportar grandes volumes de carga e a longas distâncias. E também por não levar em conta, a integração dos diversos modais, para a formação de corredores logísticos adequados às características do território brasileiro.
Como é do conhecimento de todos que tem algum envolvimento com logística, o transporte brasileiro é ainda muito dependente do modal rodoviário. De acordo com a CNT, as rodovias brasileiras transportam em torno de 61% de toda a produção nacional, ferrovias 20,6%, aquaviário 14%, dutovias 4%, aéreo 0,4%. Isso é preocupante, quando se verifica o estado atual das rodovias brasileiras que se encontram em estado deploráveis. Ainda de acordo com a CNT, o transporte rodoviário conta com mais de dois milhões de veículos entre autônomos, cooperativas e empresas de transportes, atuando em todo o território nacional. Nos EUA, o transporte rodoviário participa somente com 26%, linhas férreas com 38%, aquaviário com 16%, aéreo 1% e dutovia com 19%. A Europa segue parecida com o sistema brasileiro, rodoviário 75%, ferroviário 13%, aquaviário 7%, dutoviário 5%. Para as dimensões dos países europeus, talvez esse seja o sistema ideal, porém para países com dimensões continentais como o Brasil, o ideal seria seguir o exemplo americano, canadense, chinês e russo, que mantem um equilíbrio entre os modais. O ministério dos transportes prevê que até 2025 o modelo logístico se equipare as nações acima mencionadas, ficando o transporte rodoviário com 30%, ferroviário 36%, aquaviário 29%; são projeções ambiciosas que viriam desafogar nossas combalidas rodovias, porém temos que aguardar o andamento das projeções, para medir os resultados, pois pelos investimentos federais que estão sendo direcionada a duplicação de rodovias e manutenção pelo governo federal, acredito que 2025 estão bem mais longe.
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