Meu compromisso é com Santa Catarina

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O estado refém



Santa Catarina há alguns anos atrás era um estado que se orgulhava pelos índices (até então controláveis) de bandidagem, não estávamos no indisposto rol de unidades da federação com o vergonhoso perfil quanto a falta de controle dos grupos organizados.

Mas isso ficou no passado...

O desmonte estatal e a crescente docilidade dos Poderes, além da inexistência de oposição (necessária e digna em qualquer democracia) deixou a inanição diversas áreas prioritárias,  saúde; educação e segurança pública, só para ficar por aqui.

Quando autoridades ficam dias escondidas em seus gabinetes e de forma silenciosa não realizam uma enérgica ação para desmontar os grupos organizados que certamente sofreram substancial transformação desde a instalação de UPPs (Unidades Policiais Pacificadoras) no Rio de Janeiro, possibilitando a “importação” de marginais ou a profissionalização de organizações já existentes em terras catarinenses, o refém, no início e no fim, será o cidadão, é o que está acontecendo cada vez mais no estado.

A fragilidade policial evidenciada em Santa Catarina e a inércia política em atitudes audaciosas para desintegrar facções criminosas salta aos olhos. Culpados?  Todos nós, autoridades, civis, todos, enfim...

A leniência da população ante o desmantelamento das nossas policias, a deseducação crescente e uma saúde que sempre está as voltas no CTI ( Centro de Tratamento Intensivo) já seriam condições mais que suficientes para uma verdadeira mobilização popular.

Enquanto isso, vemos o noticiário (que também é um reduto de hegemonia) bater e assoprar, denunciar  mas ao mesmo tempo abrandar com reportagens tipicamente pagas (com recursos públicos).

Hoje, incendeiam ônibus, transporte público da imensa massa, e amanhã?

Na capital já está instaurado o “toque de recolher”, transporte público só até as 22 horas durante a folia de Carnaval.

A “inteligência” da Polícia prevê apenas acontecimentos pretéritos, os políticos, preocupados na dança de cadeiras, e o povo, sofrendo na pele, mas com parcimônia.

Catarinenses que um dia já foram mais aguerridos, hoje, começam a viver situações que tempos atrás só se viam em grandes centros urbanos, onde lá, a população se esconde em suas casas, chegam cedo e evitam horários avançados da noite por conta da violência, do perigo, da bandidagem.

E não é de se estranhar, pois se até nossos governantes recebem ameaças de morte, de atentados, e procuram fazer acordo com bandido.

Isso significa enfim que o  estado de Santa Catarina está inerte, está refém!  


Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo

Sem saber o calibre do perigo

Eu não sei d'aonde vem o tiro 

Por que caminhos você vai e volta?

Aonde você nunca vai?

Em que esquinas você nunca pára?

A que horas você nunca sai?

Há quanto tempo você sente medo?

Quantos amigos você já perdeu?

Entrincheirado, vivendo em segredo

E ainda diz que não é problema seu


E a vida já não é mais vida

No caos ninguém é cidadão

As promessas foram esquecidas

Não há estado, não há mais nação

Perdido em números de guerra

Rezando por dias de paz

Não vê que a sua vida aqui se encerra

Com uma nota curta nos jornais

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo

Sem saber o calibre do perigo

Eu não sei d'aonde vem o tiro


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