Santa Catarina há alguns anos atrás era um estado
que se orgulhava pelos índices (até então controláveis) de bandidagem, não
estávamos no indisposto rol de unidades da federação com o vergonhoso perfil quanto a falta de controle dos grupos organizados.
Mas isso ficou no passado...
O desmonte estatal e a crescente docilidade dos
Poderes, além da inexistência de oposição (necessária e digna em qualquer
democracia) deixou a inanição diversas áreas prioritárias, saúde; educação e segurança pública, só para
ficar por aqui.
Quando autoridades ficam dias escondidas em seus
gabinetes e de forma silenciosa não realizam uma enérgica ação para desmontar
os grupos organizados que certamente sofreram substancial transformação desde a
instalação de UPPs (Unidades Policiais Pacificadoras) no Rio de Janeiro,
possibilitando a “importação” de marginais ou a profissionalização de
organizações já existentes em terras catarinenses, o refém, no início e no fim,
será o cidadão, é o que está acontecendo cada vez mais no estado.
A fragilidade policial evidenciada em Santa
Catarina e a inércia política em atitudes audaciosas para desintegrar facções
criminosas salta aos olhos. Culpados?
Todos nós, autoridades, civis, todos, enfim...
A leniência da população ante o desmantelamento das
nossas policias, a deseducação crescente e uma saúde que sempre está as voltas
no CTI ( Centro de Tratamento Intensivo) já seriam condições mais que
suficientes para uma verdadeira mobilização popular.
Enquanto isso, vemos o noticiário (que também é um
reduto de hegemonia) bater e assoprar, denunciar mas ao mesmo tempo abrandar com reportagens
tipicamente pagas (com recursos públicos).
Hoje, incendeiam ônibus, transporte público da
imensa massa, e amanhã?
Na capital já está instaurado o “toque de recolher”,
transporte público só até as 22 horas durante a folia de Carnaval.
A “inteligência” da Polícia prevê apenas
acontecimentos pretéritos, os políticos, preocupados na dança de cadeiras, e o
povo, sofrendo na pele, mas com parcimônia.
Catarinenses que um dia já foram mais aguerridos,
hoje, começam a viver situações que tempos atrás só se viam em grandes centros
urbanos, onde lá, a população se esconde em suas casas, chegam cedo e evitam
horários avançados da noite por conta da violência, do perigo, da bandidagem.
E não é de se estranhar, pois se até nossos
governantes recebem ameaças de morte, de atentados, e procuram fazer acordo com
bandido.
Isso significa enfim que o estado de Santa Catarina está inerte, está refém!
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro
Por que caminhos você vai e volta?
Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca pára?
A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu
E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro

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