Meu compromisso é com Santa Catarina

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domingo, 18 de julho de 2010

Coragem - marca do cidadão público

"Guimarães Rosa dizia que a coisa que não pode faltar ao cidadão público é a coragem. A coragem do debate. A coragem de dizer as verdades. Através da modernidade, da ética e da esperança nós vamos levantar as nossas vozes, aceitando tanto quanto possível os debates".
Itamar Franco, ex-presidente da República

quarta-feira, 14 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Há muito que construir

A aprovação na última Quarta-Feira da PEC da Juventude é digna de ser comemorada por todos os organismos e segmentos que tem foco nos jovens brasileiros. Mas estudos recentes apontam que o Brasil ainda está sem rumo em sua agenda aos cidadãos jovens, os passos são deveras tímidos, e o preconceito, sobretudo na classe política é flagrante.
É importante uma agenda real para que a inclusão social juvenil no espaço público, incorporando sugestões advindas de demandas juvenis para as políticas de cidadania endereçadas a essa categoria social, não criando apenas uma centena de instâncias consultivas, redundando em um debate inócuo e sem eficácia prática. Ressaltando que 84% dos jovens acreditam no próprio poder de transformar o mundo, é inerente em sua natureza.
Aproximadamente 13 milhões de jovens brasileiros já participaram ou participam de alguma forma associativa (movimentos sociais, ONGs, sindicatos, partidos políticos etc), segundo estudo da UNESCO de 2004. Entretanto, apenas 2% dos/as jovens participam de algum trabalho social ou no bairro; 20% quer fazer; 10% pensou, mas desistiu; 68% nunca pensou em fazer.
Um vigoroso plano nacional para a juventude deve prover elementos para a tomada de decisões e implementação de medidas políticas que permitam a expansão da cidadania dos jovens por meio da divulgação das demandas juvenis. Através de políticas transversais e firmando parceria com as organizações da sociedade civil, o Brasil poderá ter a multiplicidade de visões que se articulam e dialogam entre si, unindo teoria com as ações executivas, fatores e estratégias. Com este mapeamento a análise comparativa com os resultados obtidos nas diversas esferas públicas, bem como articulação entre órgãos, proposição de programas e políticas sociais dirigidas a população dessa faixa etária, o Brasil constituirá um marco referencial mais coeso acerca do conceito juventude.
É urgente que o próximo Governo realize a “juvenilização” da sociedade. Há uma tendência de encarar a juventude na sua negatividade, como o que ainda não se chegou a ser. É vista como problema, ganhando visibilidade quando associada ao crescimento alarmante dos índices de violência, ao consumo e tráfico de drogas ou mesmo à expansão da Aids e da gravidez precoce, entre outros.
A situação dessas diferentes parcelas de jovens se vê agravada pelo encolhimento do Estado na esfera pública, que não oferece soluções por meio de políticas que contemplem a juventude, o que gera uma privatização e despolitização das condições de vida. Neste contexto, as famílias se vêem cada vez mais responsabilizadas por garantir a reprodução dos seus membros, não contando com quem as possa “ajudar a se ajudar”. Em termos gerais, podemos dizer que as portas do 1º emprego foram fechadas para os jovens brasileiros, em especial aquela maioria de baixa escolaridade oriunda dos estratos populares, 3,7 milhões de jovens brasileiros sem trabalho, o que representa 47% do número total de desempregados no Brasil (PNAD 2001). O sentimento de fracasso que acompanha o jovem que procura trabalho remunerado e não consegue representa uma porta aberta para a frustração, o desânimo e também a possibilidade do ganho pela via do crime, 102 jovens do sexo masculino assassinados a cada 100.000 habitantes no Brasil, segundo compilação de estudos do Banco Mundial.
Os traficantes de drogas encontram nos jovens das áreas populares urbanas uma mão-de-obra barata e disponível para seus empreendimentos que se situam no contexto de uma rede ações criminosas que envolvem também o roubo, os jogos de azar, a exploração sexual, a extorsão e o comércio ilegal de armas. 60% dos presos e presas do país têm entre 18 e 29 anos, segundo dados de 2007 do Ministério da Justiça.
Diante deste desafio, a escola bem como os diversos espaços educativos tem um papel fundamental, 74% da juventude diz que a escola é importante para entender a realidade. Não podemos esquecer que estes espaços possibilitam, entre outras coisas, a convivência com a diversidade, onde os jovens tem a possibilidade de descobrirem-se diferentes dos outros, e principalmente aprender a conviver respeitando estas diferenças. É na relação com o outro que aprendemos a reconhecer as nossas próprias limitações, que não nos bastamos a nós mesmos e de que a diferença nos enriquece. Cabe ao mundo adulto criar espaços e situações através dos quais os jovens possam se defrontar com seus próprios limites.
Além dos jovens pobres se verem privados da materialidade do trabalho, do acesso às condições materiais de vivenciarem a sua condição juvenil, defrontam também com a desigualdade no acesso aos recursos para sua auto realização. Surge assim uma nova desigualdade que assume a forma de privação cultural, de acesso a experiências que lhes possibilitem auto-conhecer-se e descobrir seus próprios potenciais. Retoma-se aqui a importância das políticas públicas para garantir a todos os jovens as possibilidades de vivenciarem a juventude como uma fase de direitos, onde possam construir identidades positivas e projetos que afirmem sua dignidade.
Cabe aos líderes que estão à frente no jogo sucessório, e principalmente, as estruturas que se formaram em torno dos mesmos, consolidar um Plano Nacional para a Juventude, afastando a pirotecnia, a excessiva academia e principalmente, a partidarização.
A PEC da Juventude que ora aprovada no Senado Federal, e que irá a sanção, inaugura esta importante fase na defesa do Marco do Brasil para a Juventude.

Alisson Luiz Micoski, Secretário de Mob. da Juventude – Direção Executiva do PPS-SC

Inaugurando

"O bem humano tem que ser a finalidade da ciência política, pois ainda que seja o caso do bem ser idêntico para o indivíduo e para o Estado, o bem do Estado é visivelmente um bem maior e mais perfeito, tanto para ser alcançado como para ser preservado. Assegurar o bem de um indivíduo é apenas melhor do que nada; porém, assegurar o bem de uma nação ou de um Estado é uma realização mais nobre e mais divina”. ARISTÓTELES.

Hoje inauguro este espaço, tentarei postar periodicamente algum texto, artigo ou comentário.

Sejam bem vindos.

Alisson Luiz Micoski