Meu compromisso é com Santa Catarina

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domingo, 20 de novembro de 2011

A FORÇA DE UMA RAÇA



- O BRASIL NEGRO – A POLÍTICA DE SANTA CATARINA COM UMA ‘NOVA CARA’

Desde de 2003, comemoramos oficialmente o Dia Nacional da Consciência Negra, um dia de comemorações e uma importante reflexão, sobre a luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.

A sociedade se envolvendo nos avanços da democracia, das liberdades e de uma importante mudança cultura, enfim, esta data colabora para o resgate da contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

A escolha dessa data não foi por acaso: em 20 de novembro de 1695, Zumbi - líder do Quilombo dos Palmares- foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que culminou com o início da destruição do quilombo Palmares. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1534).

O dia é celebrado desde a década de 1970, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.

A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra.

Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.

O PPS de Santa Catarina tem muitos motivos para comemorar esta data, durante sua história contribuiu decisivamente para a mudança cultural, e a inserção principalmente dos espaços democráticos para todos independentes de raça, credo, opção sexual.

Hoje, o Partido comemora esta importante data, destacando o papel de liderança e de uma nova geração na política no estado, onde teremos disputando a maior Prefeitura de Santa Catarina, o município de Joinville, um negro jovem, oriundo dos movimentos sociais, professor e ex-vereador, Sandro Silva.

Sua rica história certamente deveria fazer parte da agenda de construção da Fundação Astrogildo Pereira, sobretudo pelo aspecto batalhador, simples e que cada vez mais canaliza força política e capitalização eleitoral, sendo uma das lideranças de Joinville, que detém os menores índices de rejeição.

Em 2009, Sandro foi eleito o primeiro negro eleito em Joinville, cidade de colonização germânica, sendo chamado de ‘Barack Obama de Joinville’. Filho de um jardineiro e de uma diarista, encorajou a todos para que lutem por seus objetivos. Professor despontou na política de Joinville como líder comunitário. É casado e tem um filho de quatro anos.
Em 2010 disputou uma das vagas a Assembleia Legislativa, conquistando a primeira suplência para o PPS.

Agora, Sandro Silva, vem sendo avaliado em pesquisas de intenção de votos para a disputa eleitoral em Joinville, com um capital que está próximo a 10% dos votos para a Prefeitura do Município, e com uma baixíssima rejeição.

Realmente, o Partido deve aproveitar esse capital que detemos, e de forma inteligente, abrirmos oportunidades para lideranças que a exemplo de Sandro, podem significar a imagem de uma nova cultura política no PPS.

Salve os negros brasileiros, e parabéns a este expoente da nossa política em Santa Catarina, o líder Sandro Daumiro da Silva!

Oxalá que não seja apenas a mudança de rostos, nem de idades e sim de uma nova cultura política, e estou convicto de que o PPS pode contribuir decisivamente para isso,

Saravá!

Ocupando as redes e as ruas




Valor Econômico - 18/11/2011

As barracas que tomaram as ruas de várias cidades a partir de setembro foram recebidas com um olhar de desconfiança que em mais de uma ocasião escorregou para o desdém: aos manifestantes, com suas marchas, assembleias e o bordão dos "99%", falta uma bandeira clara, uma lista de exigências, uma vinculação ideológica. É um movimento fragmentário e desorganizado, o que, para quem está acostumado a acompanhar o embate de forças políticas, o torna incapaz de produzir mudanças.

As mesmas características, para os participantes, são qualidades. Inspirados nos acampamentos que tomaram a Praça do Sol de Madri em março, os manifestantes se pautam pela denúncia de um sistema político em que não se sentem representados. Apontam, por um lado, o extremo poder do sistema financeiro sobre o político e, por outro, o vínculo precário entre governantes e governados.

Segundo o ativista Ricken Patel, diretor executivo da organização Avaaz, uma catalizadora de movimentos sociais via internet, o que acontece nas cidades ocupadas é o começo do surgimento de um novo tipo de ativismo político, capaz de fundar uma "política 3.0". Patel define a política 3.0 como "uma democracia de muita energia, em que as eleições são mais participativas e vibrantes e as instituições serão sistemas mais participativos e responsáveis". O ponto de partida são forças descentralizadoras e democratizantes, que canalizam o poder dos indivíduos.

A convicção ainda incipiente de construir algo novo e o orgulho de não se prender a bandeiras precisas estão expressos na fórmula usada por vários ativistas em diferentes grupos brasileiros que participam das ocupações na Cinelândia carioca e no Anhangabaú paulistano. "Escola de militância" é o termo com que descrevem o que ocorre debaixo do Viaduto do Chá e diante do cinema Odeon. De acordo com os manifestantes que falaram ao Valor, o princípio da "Ocupação" expressa o desejo de "retomar o que é público", seja o espaço urbano, o campo da política ou o debate de ideias. "Gente que nunca se envolveu com nada está percebendo que muita coisa está errada. A questão é como canalizar isso", diz o vestibulando Vitório Valenzuela.

Nas dezenas de barracas alinhadas entre as avenidas e os arranha-céus do centro de São Paulo, algumas centenas de pessoas assistem a aulas abertas, participam de debates e tentam organizar a convivência, em comissões de programação, comunicação, alimentação e assim por diante. Alguns dos participantes vêm de dia, outros de noite. De passagem, um homem conta que tem uma loja de artigos para festas na região da rua 25 de Março. Sua luta é pela reciclagem. "O lixo é a maior riqueza do mundo hoje", afirma. "Só de promover a reciclagem, já consegui o suficiente para sortear um tablet entre crianças de um projeto social de Goiás."

Outro participante, o rapper Kuka d"Sabre, carrega um megafone e distribui narizes de palhaço para uma passeata no dia seguinte. O comerciante contempla a esfera vermelha que recebeu do músico. "Recortando garrafas pet, eu poderia fabricar milhares dessas", diz. O rapper fica maravilhado com a ideia e aproveita para promover sua apresentação no fim de semana. "Vale a pena ficar de olho no movimento hip-hop, é um dos mais fortes", recomenda.

Cada acampado que faz comentários acrescenta o pedido de que não sejam escritos comentários estereotipados e preconceituosos contra a manifestação. "A mídia está predisposta contra a gente", diz um rapaz a distância. Um sociólogo de 25 anos, que se apresenta como Pedro Punk e exerce uma certa liderança extra-oficial, arremata: "As pessoas que estão começando a militar agora não sabem que é importante conversar com a mídia, apesar dos preconceitos que ela demonstra".

Pedro Punk desdobra-se para resolver os problemas que surgem: cartazes que se descolam da grade do viaduto, moradores de rua que pedem ferramentas para construir seus abrigos, manifestantes indisciplinados que esbanjam o gerador elétrico. Ele explica que, embora a horizontalidade (processos decisórios que rejeitam hierarquias) seja um parâmetro, ela não pode se realizar completamente. "Quem milita desde a adolescência acaba tendo uma participação mais ativa, porque transmite sua experiência."

Quando era estudante do ensino médio, Pedro participou das manifestações contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a globalização. Esse período, cujos pontos-chave foram os confrontos em Seattle (1999) e Gênova (2001), marca um ponto de inflexão na história do ativismo político. Quando o socialismo real deixou de ser o horizonte viável, os eventos da virada do século deram início a um processo de reformulação das bandeiras e dos métodos. O sociólogo Ricardo Musse, da Universidade de São Paulo, cita como frutos os Fóruns Sociais Mundiais, cuja primeira edição ocorreu em Porto Alegre em 2001, e o conceito de "altermundialismo", que congrega, sem rigidez programática, diversas correntes de oposição ao capitalismo globalizado.

O sociólogo aponta, porém, uma dificuldade desses movimentos em propor mudanças estruturais da sociedade globalizada. A pluralidade de bandeiras e movimentos não consegue compor um corpo coerente e seus ganhos são marginais. A desilusão com a atuação política, segundo Musse, resulta do fato de que o poder político está subordinado ao poder econômico e parece impotente, empurrando as formas de resistência para outros caminhos. (Leia mais à página 11).

A fluidez das reivindicações e das formas de manifestação reflete aquilo que o sociólogo francês François Dubet denominou "declínio das instituições" - como observa a educadora Ana Karina Brenner em sua tese "Militância de Jovens em Partidos Políticos" -, que se insere no "cenário de mudanças nos modos de agir e de viver a política" para compreender o espaço que resta à política de instituições bem estruturadas, como partidos e sindicatos. Nessa interpretação, o declínio das instituições é fruto de um momento histórico em que as experiências de socialização e de atividade cultural mudam muito rapidamente. O resultado é, por um lado, a aparição de uma multiplicidade fragmentada de iniciativas cuja articulação é frouxa e, por outro lado, uma "busca por novas respostas necessárias a esta desagregação", nas palavras da educadora.

Entre coletivos pela legalização das drogas, associações de artistas de rua e grupos de outras formas, um sem-número de formas surgem e se desagregam constantemente. Uma característica apontada por diversos ativistas que falaram ao Valor é a concentração em temas particulares - da conservação de uma floresta à campanha pelo voto distrital. Alguns grupos assumem formas mais complexas e organizam manifestações. O ponto comum é o funcionamento em rede: compartilhando membros, estruturas e meios de comunicação eletrôncias, as iniciativas galvanizam participantes de diversas origens.

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Manifestações dedicadas a transporte público contam com a participação de grupos como o Movimento Passe Livre

A ambição de transformar essa estrutura flexível em paradigma de ação social é visível em entidades como a Avaaz de Ricken Patel. No Brasil, a plataforma Cidade Democrática tem um projeto parecido. Segundo o estudante Henrique Parra, que participa do desenvolvimento da plataforma, as lutas sociais, antes da era digital, precisavam institucionalizar seus processos, para ganhar agilidade e escala e reduzir os custos de operação. Hoje, isso não é necessário. Em vez disso, pode-se institucionalizar as causas. "É possível influenciar a política pública sem entrar no sistema", diz o estudante. O raciocínio por trás dessas plataformas parte da transformação dos cidadãos em produtores de conteúdo. "Chega uma hora em que é impossível ignorar o que está sendo dito", diz Parra. A novidade do século XXI é a possibilidade de usar o tempo livre para militar, em vez de só descansar depois do trabalho. Esse tempo livre tem sido chamado de "excedente cognitivo" e está na base de fenômenos como a Wikipédia, atualizada por seus usuários.

Um movimento ilustrativo da fluidez com que as iniciativas se agregam e desagregam é o Movimento Passe Livre (MPL), local e nacional ao mesmo tempo. Dependendo das circunstâncias, o grupo luta pela gratuidade do transporte público (quando possível) ou por reduções maiores para estudantes, contra aumentos de tarifas ou pela inscrição do transporte como um direito social na constituição. Surgido em 2003, após protestos que duraram dez dias contra um aumento de tarifas em Salvador, o MPL tornou-se uma rede de pequenos grupos em várias cidades. Alguns deixam de existir, outros voltam à vida. Quando um cresce, outro encolhe. Em São Paulo, pequenos grupos colhem assinaturas em universidades, bares e praças. Quando o preço da tarifa de ônibus subiu, no fim do ano passado, novas pessoas se uniram, mas muitas se afastaram quando o choque foi absorvido.

"O movimento cresceu muito durante a luta contra o aumento", diz o pedagogo André Ciola. "Aquela mobilização deu um novo capital político para o movimento." Os militantes, no período, conseguiram recolher mais alguns milhares de assinaturas, mas reconhecem estar longe de conseguir as 500 mil necessárias para propor um projeto de lei na Câmara Municipal. Enquanto isso, seus membros mantêm alianças com grupos de sem-teto, trabalhadores da cultura, associações de bairro e outras bandeiras, para organizar manifestações ou participar daquelas que os outros organizam.

Um traço comum aos diversos movimentos é sua desconfiança dos partidos políticos, sejam os majoritários, sejam os radicais, que costumavam tomar a frente nas mobilizações. No Anhangabaú, os membros da "escola de militância" contam que a instalação debaixo do Viaduto do Chá não foi uma escolha consciente, mas uma tentativa de driblar partidos radicais de esquerda que se esforçavam para comandar a manifestação nascente.

Ainda assim, não é uma relação inteiramente hostil. Entre as alianças eventuais do MPL, figuram correntes do PSOL e do PSTU. Para Henrique Parra, "os partidos têm de se acostumar a ser coadjuvantes também". Segundo a socióloga Mary Garcia Castro, um processo parecido com esse já está em marcha. Muitos dos jovens ativistas estão conseguindo introduzir suas pautas no debate interno de certos partidos. "No meu tempo, se fôssemos falar de ecologia ou mobilidade urbana no PCB, ninguém daria ouvidos", diz. Para ela, as preocupações dos partidos costumavam ser mais ideológicas e econômicas.

Para o cientista político Bruno Caetano, ex-secretário de Comunicação do Estado de São Paulo no governo Serra, os partidos não se prepararam para a época da comunicação fácil. Estão prontos para lidar com movimentos de massa, mas não pequenas mobilizações. "Os partidos são especialistas em pescar com rede, mas não com vara. Sabem representar categorias profissionais, mas quem vai representar os movimentos de ciclistas, por exemplo?"

O vereador Edinho Silva, presidente estadual do PT de São Paulo, iniciou sua carreira política nas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica no início dos anos 1980. Hoje, demonstra preocupação com a aparente rejeição da via partidária pelos jovens movimentos sociais. Segundo o deputado, os partidos, no Estado moderno, são os formuladores de projetos de sociedade em formulação coletiva. A rejeição da política e dos partidos abre a porta para lideranças carismáticas e autoritarismo. "Com a diluição dos projeto coletivo, o que assoma são concepções pessoais de liderança carismática, hegemonizando a sociedade."

terça-feira, 15 de novembro de 2011

I CONSOCIAL DE FLORIPA

CARTA DE FLORIPA




Os participantes da Primeira Conferência Livre no âmbito da CONSOCIAL, realizada no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, no dia 15 de novembro de 2011, das 14 às 17 horas, debateram, elencaram e votaram propostas para compor pauta de exigências a serem contempladas na formulação de políticas públicas e na elaboração do Plano Nacional de Combate à Corrupção. Os pontos mais votados foram:

• Fim do foro privilegiado para autoridades políticas;

• Fim do voto secreto nos parlamentos e nas comissões do serviço público;

• Cargos de Conselheiros e Ministros dos Tribunais de Contas e de Justiça preenchidos por concurso público;

• Ficha limpa no seu formato original;

• Conteúdos de filosofia, política, ética e cidadania nas escolas, com programas de capacitação dos professores;

• Fim das coligações eleitorais partidárias;

• Definição de atos de corrupção como crime hediondo;

• Mecanismos de controle social sobre o judiciário (por exemplo: independência e autonomia do CNJ);

• Penas mais severas aos membros do judiciário que estiverem envolvidos com corrupção;

• Transparência e instrumentos de controle social sobre a execução de penalidades, multas e recuperações de valores;

Na busca de um país mais justo, honesto e democrático, contamos com a adesão, compromisso e apoio de todos os cidadãos e governantes.




Participantes da I CONSOCIAL Livre de Florianópolis.




Florianópolis, 15 de novembro de 2011.