Meu compromisso é com Santa Catarina

Meu compromisso é com Santa Catarina

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

EMPRESARIOSOFANDO





O RECUO ESTRANHAMENTE ESTRATÉGICO
Em tempos de frentes contra a corrupção, entidades empresariais e ligadas ao setor produtivo deveriam desfraldar a transparência total e tolerância zero aos colegas que da iniciativa privada, potencializam grupos ou pessoas na esfera pública, e que no fim vilipendiam o Estado.

Foi neste mês que a FACISC - Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina inaugurou com pompas e circunstâncias seu
deputadômetro (http://www.deputadometro.com.br/) perante aos que sofreriam em tempo real o controle sobre suas atividades, resumo da ópera, a entidade fez um recuo estratégico, digamos assim, e desativou o tão condenável ranking. Afinal que mácula as entidades de classe estavam fazendo contra os deputados estaduais, querendo fiscalizá-los.

Porque entidades que tem estruturas, a exemplo da Facisc, não criam (ou ampliam se já existentes) o setor institucional, possibilitando as mesmas em proceder de forma periódica, encontro com parlamentares (de forma individual ou nas comissões), gestores de pastas estaduais (até porque a produção legislativa, em muitos aspectos, dependem da vontade política do Poder Executivo para sua realização), igualmente exercerem fiscalizações nos desembargadores do TJ, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, etc, como forma de captar a agenda e as atividades públicas realizadas? Poderia lembrar que, por exemplo, a Assembleia Legislativa produz seu Relatório Anual de Atividades, onde a Casa resume o trabalho legislativo e de suas ações (tem muita coisa boa ali, outras, nem tanto). Tenho certeza que as federações e demais entidades receberam, pelo menos, uma cópia deste importante documento, pois bem, é preciso qualificar essa atuação fiscalizatória e propositiva, que é de direito de todos, e isso deve ser inafastável.

Tudo bem que também é um direito de cada cidadão, seja de que forma for, acompanhar e participar ativamente de suas responsabilidades, estando à capacidade fiscalizatória (e até de cobrança), estampadas nas escritas constitucionais e em muitos dos diplomas no arcabouço legal do país, mas isso é secundário, o que importou foi o poder de pressão dos parlamentares, denunciando até que a entidade estava promovendo uma oculta chantagem. Bobagem, instituições assim não fazem essa prática, elas apenas cumprem o seu papel, e no mesmo sentido, investem (e promovem entre seus associados) que os mesmos apóiem (e invistam) nos candidatos que detenham transparência, postura e um trabalho político digno de nosso estado, município e país (quiçá esse seja o verdadeiro controle).

Se acompanharmos, por exemplo, a média de idade na Assembléia, somado ao número de mandatos de muitos, constataremos que a renovação é muito pouca na política do Estado, que dirá nas Câmaras de Vereadores. Claro que isso não indica um fator totalmente negativo, apenas que renovação (até de idéias e posturas) é bem restritiva no cenário político de nosso estado, o novo, sob o aspecto positivo evidente, não pode (e nem deve) estar associado à idade, mas na postura e maneiras de exercer o mandato sim.

Portanto, chegamos a uma conclusão, muito mais do que os legítimos mecanismos fiscalizatórios, repito, instrumento constitucional e legítimo de cada cidadão, contribuinte ou eleitor, está seus deveres como peça principal na política e daqueles que exercem mandatos, ou em nome destes alguma função pública. Principalmente daqueles cidadãos que detém envergadura, condições de participarem mais ativamente deste processo, enfatizo, democrático e constitucional. As eleições também são outro dosador de posturas, e que ocorrem bienalmente.

A poderosa máquina que movimenta candidaturas é espantosa e assustadora, vêem-se dezenas (centenas em alguns casos) de cabos eleitorais, vários carros, caminhões de som, utilitários, enfim, uma frota toda estilizada de rostos perfeitamente ajustados. Promoções mil nas bases, gente que entra e sai dos postos de combustíveis, eventos ricamente ornamentados com faixas, banners, material gráfico, uma verdadeira indústria a serviço do digníssimo candidato, aparenta até ser ele (ou ela) um salvador da Pátria. Não só de seus recursos ou de fundo partidário sobrevive esta engenharia, eles provém (no aspecto legal e moral) de muitos escaninhos, dentre eles, a dos dignos atores que promovem o necessário desenvolvimento econômico de nosso estado.

Em matéria do Jornal O Globo, no último domingo (28/08), estudiosos constataram que a prática cotidiana da vida política, aliada a íntima proximidade de empresários, geralmente com relações com o Governo, tem se transformado em prática corriqueiras. Doações milionárias de empresas com contratos junto a administração pública para campanhas eleitorais estão sendo questionadas quanto a sua constitucionalidade. Diante de inúmeros indícios de corrupção, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a circunscrição nacional claro, decidiu na semana passada que vai entrar no Supremo Tribunal Federal com uma ação direta de inconstitucionalidade pedindo o fim das doações por empresas que trabalham para o governo. O argumento é que a prática "compromete o processo democrático, promove a desigualdade política e alimenta a corrupção".

Em outro trecho da matéria, cita-se o assédio do setor privado para contratação de funcionários públicos licenciados ou egressos dos cargos no governo. Para o professor de políticas públicas da Ebape/FGV e professor associado ao Departamento de Economia da PUC-Rio, Jorge Vianna Monteiro, os salários, em geral, são mais altos na iniciativa privada, que valoriza nesses agentes públicos a rede de contatos que deixou no governo e o conhecimento das engrenagens burocráticas, ele lembra que isso não deve ser enquadrado como corrupção, mas que é preciso ter regulamentação adequada.

Portanto, entidades como a FACISC, quando tiverem a consciência na dimensão da grande responsabilidade que detém para que o processo eleitoral seja realmente equânime, justo e que os candidatos (em pé de igualdade ou próximo a isso) exerçam a disputa pelo bem público, afiançados em compromissos maiores e democráticos, com embate de idéias e altamente comprometidos com a coletividade, a condução transparente de seus mandatos e acima de tudo, dispostos a rechaçarem subserviências entre Poderes ou atitudes condenáveis em tempos de Ficha Limpa, aí sim o empresariado estará construindo algo muito maior do que apenas um índice quantitativo, que no final, pouco influenciará no grande eleitorado, mas que sente sensivelmente quando certas candidaturas chegam altamente vitaminadas, por contribuições de empresários. Estes mesmos empresários que em alguns casos, se enfileiram posteriormente nas cobranças da postura proba na política. Se a sensibilidade democrática e republicana permeá-los desde logo, podemos enfim aposentar o deputadômetro.

ALISSON LUIZ MICOSKI, cidadão catarinense

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

REFLEXÕES AO PPS-SC

É PRECISO AVANÇAR

Aos poucos o PPS em Santa Catarina começa a reconstruir seu caminho, após um doloroso processo que culminou num remanejamento na Comissão Estadual, na radical mudança da Direção em Araranguá e Florianópolis, para assegurar viabilidade nas pré-candidaturas a prefeito, manutenção de candidatos expressivos a vereador com vistas a 2012, dentre outras preocupantes justificativas. Agora, as lideranças voltam-se para a organização congressual e uma estreita agenda que culmina no fatídico prazo de filiações que expiram no mês de outubro.

De imediato, a Executiva Estadual constituiu uma Comissão de Sistematização, (se reunirá na Segunda ás 9h e 30 min) responsável em discutir e formatar proposta única de texto que norteará o Congresso Municipal, esta não pode afastar documento aprovado no próprio órgão executivo e nem demais contribuições que chegarão na mesa. Identicamente terá que contemplar municípios que já estão realizando os respectivos Congressos, enfim, a máquina partidária está caminhando, mesmo com todos os percalços iniciados desde o ano passado com o fim da eleição.

Fato que segue um script, sazonal, estão as filiações de potenciais candidatos, tradicionalmente (e não poderia de ser diferente) as filiações acontecerão na linha final imposta pelo calendário. Igualmente é verdadeiro, que as lideranças nos municípios e no cenário estadual, monitorem convites estratégicos, exteriorizando a predisposição. Importante, aqueles e aquelas que virão, deve ter ciência dos novos tempos (fidelidade partidária, compromissos com o fortalecimento e ampliação do PPS, etc).

O Partido promoveu de forma ostensiva um choque radical na maneira de agir, num primeiro momento, por vias até então pouco utilizadas, mas que refletem a crescente preocupação do que vem ocorrendo no cenário, como por exemplo, o surgimento da nova legenda que sugou (é o termo correto) o elenco majoritário e encolheu nossa bancada legislativa em diversos municípios.

Outra constatação é que, até o presente momento, o Governo do Estado, onde o PPS ajudou de forma sistemática para estar na chapa (lembrando que os primeiros partidos a exteriorizarem adesão foram PPS e PTB, respectivamente) foram os primeiros a serem isolados pelo Centro Administrativo, essa amputação traumática favoreceu para fragilizar ainda mais o Partido, pois durante oito anos vinha atuando como parceiro no consorcio governista, companheiros relembram que no período Luiz Henrique o PPS estava mais prestigiado do que com Colombo, conterrâneo de duas das nossas principais lideranças (Coruja e Carmen).

Aliás, Fernando Coruja, (licenciado) que é ainda presidente do PPS, pelo que me consta, poderá concorrer a Prefeitura de Lages em outro Partido, entretanto, com a aproximação do prazo final de mudança partidária, uma reviravolta nesta tendência não está descartada. Quem dirá o que ocorre com o ex-deputado, será fatidicamente o cenário pragmático de outubro. Agora, ocorrendo sua migração para nova legenda, o PPS mantem-se como principal parceiro na cidade serrana, dada a afinidade pessoal com as lideranças, idêntico agradecimento e respeito, por isso, acredito que possamos compor na chapa majoritária tendo Coruja como candidato a prefeito, e em não concorrendo pelo Partido, o vice, poderia, porque não ser oriundo do PPS?

O planejamento estratégico ele deve contemplar uma projeção eleitoral, 2012 que reflete em 2014, (tese que historicamente defendi no Partido, terminada a eleição, encontro com os eleitos, suplentes mais votados, etc, e a necessária avaliação) pecamos periodicamente nesta ausência de reflexão (e ação) o jogo e as regras sempre serão as mesmas (tendo uma reforma política/eleitoral teremos tranqüilidade em montar com antecedência nossa estratégia), e na política isso não é sofrer por antecipação, ao contrário, é evitar lamentarmos posteriormente aos estragos da dinâmica eleitoral.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Estágio: Juventude ainda tem receios

Pesquisa aponta que 45% dos jovens ainda se sentem inseguros para estagiar
Estudo divulgado na última quinta-feira (21/7) pela Trabalhando.com, empresa de recrutamento on-line, à primeira vista, revela um panorama otimista em relação ao jovem universitário brasileiro.

Segundo o levantamento, que ouviu 300 estudantes em todo o país, 55% dos entrevistados se dizem preparados para estagiar em sua área de estudo. Mas, ainda que estejam mais preparados tecnicamente - na opinião de consultores de carreira -, os outros 45% restantes afirmam se sentir inseguros para ingressar no mercado de trabalho.

Destes, 28% disseram que sua instituição de ensino não os prepara para o ambiente profissional e 19% afirmaram que seu curso é totalmente voltado à área acadêmica.

De acordo com o especialista em carreiras Renato Grinberg, diretor-geral da Trabalhando.com Brasil, muitas universidades não acompanharam a tendência de reformular os seus cursos conforme as exigências de mercado. “O jovem que não observa essa conexão (entre conhecimento técnico e demanda de mercado) obviamente se sentirá mais inseguro ao imaginar que terá de assumir responsabilidades das quais nunca ouviu falar.”

Para Gustavo Nascimento, gerente de relacionamento da Foco Talentos, empresa do Grupo Foco especializada em recrutamento e seleção de estagiários e trainees, a figura do professor e sua contribuição na formação do estudante certamente irão impactar no ingresso do jovem no mercado de trabalho. Mas não é só.

“Estamos tratando de um processo anterior à entrada do estagiário na empresa. Portanto, o que garantirá a segurança ou insegurança do profissional será sua base familiar e emocional”, aponta Nascimento.

Consultora da Career Center, Marisa Silva destaca que esses fatores devem ser levados em consideração pelas empresas na hora de contratar e delegar tarefas ao estagiário. “Alguns gestores não reservam tempo para ensinar o estagiário ou esquecem que o iniciante em uma nova atividade deve ter mais orientações e apoio. Isso pode comprometer o desempenho e a confiança entre ambos.”

Mais informados, mais ambiciosos

Segundo o Ministério da Educação, 950 mil estudantes concluem a graduação anualmente no Brasil nas mais de duas mil instituições de ensino superior existentes. Há dez anos eram 350 mil graduados ao ano. O acesso à universidade e à informação, sem dúvida, torna os jovens mais competitivos, afirmam consultores. E mais ambiciosos também.

Todavia, é preciso cautela. Segundo o consultor Renato Grinberg, na ânsia por construir uma carreira rápida, muitos jovens atropelam as regras básicas de convívio no trabalho e ignoram a hierarquia organizacional. “Há uma expectativa muito grande em se tornar gestor rapidamente, mas o profissional júnior peca muito na parte comportamental. Atendem ao celular durante as reuniões; não cumprem horários.”

Do mesmo modo, as empresas devem se adaptar ao novo estilo de trabalho dos jovens, sublinha Grinberg. “O jovem gosta de desafios. Em vez de um projeto, talvez seja interessante envolvê-lo em dois ou três. Isso torna o dia a dia mais variado, menos rotineiro. E desperta mais interesse.”

Os consultores de carreira consultados nessa reportagem dão nove dicas aos jovens que estão a um passo do mercado de trabalho:

1. Invista no autoconhecimento. Conhecer seus pontos fortes e fracos é fundamental na construção da carreira;

2. Participe de grupos de discussão on-line ou presenciais que tratem de temas ligados à sua área;

3. Aproveite todas as atividades extracurriculares promovidas pelas instituições em sua área de estudo, laboratórios, atendimento à comunidade, dentre outras;

4. Pesquise sobre a empresa antes de se candidatar à vaga desejada e prepare-se para o processo seletivo;

5. Se possível, atue como voluntário em instituições voltadas ao seu campo. Além da experiência, é uma oportunidade de incrementar o currículo;

6. Participe de palestras e feiras que abordem temas ligados à área em que deseja atuar;

7. Busque informações sobre o mercado de trabalho; converse com profissionais da área. Eles poderão lhe ajudar a entender melhor como será sua rotina profissional;

8. Tenha em mente que é você quem deverá resolver os problemas da empresa, não o contrário. Mas se precisar, peça orientação;

9. Construa e conserve sua rede de contatos. Muitas vagas não são divulgadas no mercado, mas ocupadas por indicação.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um olhar na Juventude

A temática da sustentabilidade e de respeito aos limites ambientais, somada a uma visão de perspectivas mais tentadoras para a solução de problemas encontrados em nossa sociedade, como a falta de mobilidade, poluição, substituição da alimentação fraca em nutrientes por uma alimentação orgânica e nutritiva, como forma preventiva de se evitar doenças, bem como um posicionamento em direção a uma cultura de paz foram fatores que conquistaram a juventude, a classe média e boa parcela das nossas metrópoles e capitais”.
Tiago Franco Toledo
Coordenador Político da JPS Nacional



Terminada a fase de coleta (contribuições publicadas) na Tribuna de Debates do PPS e demais ferramentas (Grupo no Facebook, etc) para que a Comissão de Sistematização reúna elementos suficientes que nortearão a Tese Congressual, é preciso estimular uma nova fase, pugnando que no bojo dos assuntos tratados, dentro dessa riqueza de matizes de temáticas (majoritariamente pugnando um novo modelo político partidário e de sua relação com a neo-cidadania) que as bases modificativas defendidas pela Juventude, notadamente, estejam homenageadas no trabalho.

Lançamos o movimento Sou + PPS onde pretendíamos debater os rumos de nosso partido ainda no passo que se passou, fizemos um documento político que falava de posições sobre todos os aspectos deste país. Texto elogiado mais não utilizado, então acho que, falo por todos nós quando digo termos capacidade de contribuir mais que queremos ser ouvidos e não simplesmente usados para referendar,fico muito feliz de ver que estamos com o sentimento de reformulação onde existe a abertura para refundar nossos idéias num mundo moderno”, - Raquel Dias, Coordenadora de Movimentos da JPS Nacional.

Particularmente, publiquei contribuição na Tribuna, e ao abordar especificamente a nossa Juventude Partidária, chamando atenção de que os jovens protagonistas reformulem o aspecto (já superado) de um exaustivo embate de forças no falido movimento estudantil brasileiro, materializada nos aparelhos da UNE, UEE, etc, e vislumbremos em uma vanguardista visão no que tange a novas formas de organização e participação de uma juventude que pragueja contra a política e os partidos.

Esta crítica é oportuna e muito necessária, pois acompanhei o trabalho fomentado quanto a nossa (eterna) participação no Congresso da UNE, afastados os elementos que devo respeitar daqueles que defendem ainda esse tipo de atuação, há de se destacar que, muito pouco (para não ser unânime) ou quase nada agrega-se ao que ousamos construir quanto uma (nova) organização partidária.

O Movimento Estudantil teve sua sobrevida na década de 90, quando espertamente, a esquerda que detém o monopólio destes organismos, aliou-se a uma mobilização nacional, e que, intimamente foi patrocinada pelos grupos de poder e a poderosa mídia nacional, no sentido de desnudar Fernando Collor de Mello, do cargo de Presidente da República.

De lá pra cá, o ME em nada contribuiu para os grandes debates ou na defesa nacional de reformas estruturantes, ao contrário, como parcela da esquerda ascendeu ao poder no Governo Federal, o engessamento robusteceu, o controle ganhou contornos de um ‘mensalão estudantil’, e certamente estas estruturas não representam sequer um décimo de brasileiros que estão nos bancos do ensino superior, pelo menos, não do ponto de vista democrático e participativo, vive-se de uma história, que a cada geração ignora estas formas de representação, tanto é fato, que para muitos deles estes órgãos servem tão somente para confeccionar a Carteira Estudantil, a qual dará descontos em eventos e atividades culturais (ou acesso a tarifas diferenciadas no transporte público).

Reforçando o equívoco destes esforços, lanço ainda mais indagações, do que é uma agenda dos jovens, ou o acatamento de diretrizes hierarquicamente ascendentes dentro da estrutura partidária que determinam a pauta política da nossa franzina juventude, exercendo assim o controle, tanto na condução programática afeta a esta, quanto o mando estrutural ou de recursos (estes últimos obras de ficção dentro do PPS).

É fato, se defendemos um novo partido, os jovens militantes devem debruçar-se e erigir uma nova Juventude, que esteja interligada as necessidades e preocupações desta classe de cidadãos, inter-relacionando nas esferas já consolidadas (tanto no âmbito virtual, como nos organismos reais) construídos na sociedade.

E o que parece é que nossa gloriosa Juventude, desmobilizada e ausente nas discussões que vão se transformar nos basilares vivos para a uma possível mudança no Partido (com excepcionais exceções), contribuiu para o seu afastamento na agenda partidária e acima de tudo, na tímida (em alguns casos, inexistente) influência nos espaços de poder dentro do PPS.

Dois aspectos podem ser levantados, o primeiro, é o processo natural do qual os partidos estão vivenciando, onde a geração mais jovem já não se vê mobilizada dentro de uma agremiação política, e segundo, aos que se aventuram por este caminho, o tempo se encarrega de frustrarem e acabam por sucumbirem ao ceticismo (a cultura de que tudo permanecerá como está), portanto, preferem optar pelo silêncio e indiferença, apagando o período mais intenso de produção (intelectual) e na articulação política, bem como o trabalho voluntário realizado para fortalecer o sentido de todas as bandeiras e princípios incutidos na agremiação política, ferramentas que num passado já saudosista, embalavam os núcleos eminentemente jovens nos Partidos que lutavam por um Estado Democrático de Direito e propostas modificativas em um país de exceções. Eis aqui, uma escola de cidadania viva que foi abruptamente extinta, dando lugar para os profissionais da política e os agentes de mandatos personalizados, focados tão somente para o próximo pleito.

O partido realmente tem essa séria dificuldade em perceber a importância da juventude para a construção das políticas atuais, deixando-nos a mercê da nossa própria sorte e sem o cuidado necessário de estabelecer com a juventude um pacto que capacite-nos para buscar compreender a realidade atual que é fruto das manifestações políticas do passado. É absolutamente incrível que em nosso partido se pregue a educação para todos, de modo universalizante, capacitante e que possibilite a oportunização a todos de condições para se inserir socialmente e economicamente na sociedade e por outro, deixar a sua própria juventude míope em relação aos problemas que nos atingem cotidianamente que terão reflexos futuros na vida dos jovens de hoje” (Tiago Toledo).

Pugna-se na Juventude Popular Socialista, uma nova relação entre Partido e sua Juventude, um ato grandioso dos jovens socialistas e que mereceria, no mínimo, uma profunda reflexão com vistas ao nosso XVII Congresso Nacional, até porque faz todo o sentido pautarmos essa discussão, dada a ampla citação sobre a Juventude e uma nova proposta partidária em diversos documentos publicados no nosso Fórum de Debates.

Na contribuição, procurei pontuar em linhas gerais, que a Juventude Partidária como instância participativa da mobilização política precisa ser repaginada. Precisa por que, está mais do que claro que, se antes sua influência se dava essencialmente sobre os movimentos sociais – mais especificamente, no estudantil universitário –, hoje esta se dá diretamente sobre o indivíduo, sem necessariamente estar vinculado a um outro movimento.

Para o marketerio Fernando de Holanda, também conhecido como Dukah, que é um jovem militante político, diz que é neste sentido que a tal repaginação da Juventude Partidária se daria. “Não só a juventude é verdade, mas qualquer outro movimento, sindicato, associação classista ou qualquer coisa que o valha. Falo especificamente da Juventude por que, primeiro, me identifico com ela e, segundo, por que, em teoria, tem a base mais ‘conectada’ dentre as citadas.

No entanto, o que se vê hoje não é bem por aí. Parece que alguns segmentos da jovem classe política ainda não atentaram que há um caminho alternativo ao movimento estudantil e às lideranças comunitárias. Um perfil que teoricamente tanto se revoluciona, ainda não percebeu que a revolução da comunicação atinge diretamente sua mobilização”.

Entendo que devemos avançar no que se refere por militância de juventude, acredito que estaremos transformando a realidade político partidária, aliando-nos aos movimentos e organismos sociais, dos quais nos distanciamos, quando assinarmos um pacto para o desenvolvimento e a construção das diversas formas de lideranças (portanto não apenas a juventude, mas mulheres, sindicalistas, movimentos sociais, etc),

Sempre comunguei que a nossa juventude deveria atuar em diversas esferas, das quais outros organismos partidários carecem de atuação dado a verticalização hierárquica que os mesmos sofrem profundamente, exemplificando, as nossas ações devem focar conquistas verdadeiras e na obtenção de direitos, em sensível sintonia com nossas bancadas parlamentares, ou representantes nos executivos, incrementando de forma inegável um contingente bastante considerável de brasileiros e que ainda tem poucos ganhos no que tange as políticas públicas. Em fato recente, a Juventude mobilizou (praticamente no campo virtual) a articulação e a pressão política que redundaram na aprovação pelo Congresso da PEC da Juventude, uma conquista coletiva, mas eminentemente creditada a JPS.

Temos então um grande desafio, participar ativamente na discussão interna, estimulando que um número crescente de jovens corroborem nos documentos que estão amplamente abertos nos canais de comunicação do PPS, e paralelamente a isso, formarmos um corpo uníssono de pressão, exercendo assim a transformação que queremos de nosso Partido, mas que se inicia, forçosamente, dentro de todos nós.

Florianópolis, 1º. De Agosto de 2011.

ALISSON LUIZ MICOSKI
Secretário de Mobilização da Juventude
Comissão Executiva do PPS-SC