Meu compromisso é com Santa Catarina

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

UM NOVO TEMPO SE INICIA

"O presente está cheio do passado e cheíssimo do futuro".
Leibnitz

Não se pode perder a esperança de construir um país que crie condições aos atores da educação, que qualifiquemos e também valorizemos cada profissional que constrói o futuro de milhões de brasileiros. Tão pouco, devemos afastar nossa perseverança em melhorar o emprego para os jovens, renovando os apelos à união de esforços.

Através da união dos esforços de todos nós havemos de construir um Brasil que transforme-se, revolucionando culturalmente a nação e execrando corruptos e corruptores. Que abomine qualquer forma de preconceito, e que o respeito as diferenças seja não uma imposição legal, mas sim, uma convicção moral e residida de que todos somos, irmãos e irmãs desta Pátria.

Que a mão que se levanta, seja para dar o afago a quem precisa, e não desfigurar rostos, perpetuar dores, manchar purezas ou findar sonhos...

Que possamos enfrentar todas as formas de dependências nocivas em nossos lares, a aqueles que estão abandonados, órfãos de qualquer forma de ajuda e apoio. Mas que também, sejamos fortes para realizarmos as ações necessárias para banirmos a praga das drogas.

Renovar a esperança de que podemos mudar e construir daqui para frente um país vanguardista, que puna ao ostracismo políticos que como vermes secam nossas forças, que seja implacável com membros das Côrtes de Justiça que são vis mensageiros dos interesses que solapam a Nação, e que a Justiça seja erguida verdadeiramente como o símbolo contra toda a forma de afronta a nossa Constituição Federal.

Sejamos felizes, por ser feliz não é estar permanentemente em estado de alegria. É estar disponível para a vida, sabendo saborear os momentos bons e atravessar, com humildade e o mais rápido que for possível, os momentos ruins.

A lamentação pelos infortúnios que nos visitaram no ano que passou é uma forma de empacar no caminho. As oportunidades que perdemos, já se foram. Os erros que cometemos estão mortos. Os objetivos não alcançados desapareceram. As pessoas que amamos e se foram, já residem em nossas lembranças, nossos corações. Agora é hora de nascer. Começar 2012 e transformarmos o Ano Velho em Mestre, aprendendo com ele. Deixar a perspectiva de o futuro inundar nossa vida.

Recomeçar é preciso..
Se foi um erro, se foi um desvio, se foi uma perda,ou uma decepção..esqueçamos..recomeçar é preciso..esqueçamos o que se passou, esqueçamos tudo que nos envolva a lembrar,esqueçamos os passos pisados,os sentimentos magoados,apenas esqueçamos..

Pois o prelúdio do novo tempo se anuncia, e que apesar dos castigos, de toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga, estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas.

Renovar no desejo de caminhar sempre, apesar das quedas e dos tropeços e construirmos a realidade que desejamos. Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Hoje é o dia. O que passou, passou. E o que vem ainda não chegou.

Viva 2012 viva o Brasil!

Alisson Luiz Micoski

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mobilidade versus carrocentrismo



RICARDO ABRAMOVAY*

Ampliar espaços de circulação para automóveis individuais é enxugar gelo, como já bem perceberam os responsáveis pelas mais dinâmicas cidadesAutomóveis individuais e combustíveis fósseis são as marcas mais emblemáticas da cultura, da sociedade e da economia do século 20.

A conquista da mobilidade é um ganho extraordinário, e sua influência exprime-se no próprio desenho das cidades. Entre 1950 e 1960, nada menos que 20 milhões de pessoas passaram a viver nos subúrbios norte-americanos, movendo-se diariamente para o trabalho em carros particulares. Há hoje mais de 1 bilhão de veículos motorizados. Seiscentos milhões são automóveis.

A produção global é de 70 milhões de unidades anuais e tende a crescer. Uma grande empresa petrolífera afirma em suas peças publicitárias: precisamos nos preparar, em 2020, para um mundo com mais de 2 bilhões de veículos.

O realismo dessa previsão não a faz menos sinistra. O automóvel particular, ícone da mobilidade durante dois terços do século 20, tornou-se hoje o seu avesso.

O desenvolvimento sustentável exige uma ação firme para evitar o horizonte sombrio do trânsito paralisado por três razões básicas.
Em primeiro lugar, o automóvel individual com base no motor a combustão interna é de uma ineficiência impressionante. Ele pesa 20 vezes a carga que transporta, ocupa um espaço imenso e seu motor desperdiça entre 65% e 80% da energia que consome.

É a unidade entre duas eras em extinção: a do petróleo e a do ferro. Pior: a inovação que domina o setor até hoje consiste muito mais em aumentar a potência, a velocidade e o peso dos carros do que em reduzir seu consumo de combustíveis.

Em 1990, um automóvel fazia de zero a cem quilômetros em 14,5 segundos, em média. Hoje, leva nove segundos; em alguns casos, quatro.

O consumo só diminuiu ali onde os governos impuseram metas nesta direção: na Europa e no Japão.

Foi preciso esperar a crise de 2008 para que essas metas, pela primeira vez, chegassem aos EUA. Deborah Gordon e Daniel Sperling, em "Two Billion Cars" (Oxford University Press), mostram que se trata de um dos menos inovadores segmentos da indústria contemporânea: inova no que não interessa (velocidade, potência e peso) e resiste ao que é necessário (economia de combustíveis e de materiais).

Em segundo lugar, o planejamento urbano acaba sendo norteado pela monocultura carrocentrista. Ampliar os espaços de circulação dos automóveis individuais é enxugar gelo, como já perceberam os responsáveis pelas mais dinâmicas cidades contemporâneas.
A consequência é que qualquer estratégia de crescimento econômico apoiada na instalação de mais e mais fábricas de automóveis e na expectativa de que se abram avenidas tentando dar-lhes fluidez é incompatível com cidades humanizadas e com uma economia sustentável. É acelerar em direção ao uso privado do espaço público, rumo certo, talvez, para o crescimento, mas não para o bem-estar.

Não se trata -terceiro ponto- de suprimir o automóvel individual, e sim de estimular a massificação de seu uso partilhado. Oferecer de maneira ágil e barata carros para quem não quer ter carro já é um negócio próspero em diversos países desenvolvidos, e os meios da economia da informação em rede permitem que este seja um caminho para dissociar a mobilidade da propriedade de um veículo individual.

Eficiência no uso de materiais e de energia, oferta real de alternativas de locomoção e estímulo ao uso partilhado do que até aqui foi estritamente individual são os caminhos para sustentabilidade nos transportes. A distância com relação às prioridades dos setores público e privado no Brasil não poderia ser maior.

RICARDO ABRAMOVAY é professor titular do Departamento de Economia da FEA, do Instituto de Relações Internacionais da USP e pesquisador do CNPq e da Fapesp.


Site: www.abramovay.pro.br