Morosidade: essa é a palavra que melhor define um
importante setor de logística no Brasil, as ferrovias. Considerado um dos
maiores gargalos para o escoamento de cargas em todo o País, especialmente da
produção agrícola, o Brasil segue usando, majoritaritariamente, o transporte
rodoviário.
Esse é um
dos motivos que está fazendo o Brasil ficar para trás. Além de cairmos 20
posições no ranking mundial de logística do Banco Mundial (Bird), nossa malha
ferroviária vem encolhendo nas últimas décadas. No início de 1960, sua extensão
chegou a 40 mil quilômetros. Hoje, com a falta de incentivo e fomento ao setor,
a malha é de 29 mil quilômetros. Mais agravante é o fato de que apenas um terço
é operante. O Governo Federal segue inerte. Em 2012 lançou um programa que
previa recuperação de linhas e a construção de novas ferrovias. Dois anos
depois, nada saiu do papel.
Em Santa
Catarina, semana passada, debati esse tema com entidades regionais. Reconheci
publicamente a importância das ferrovias para o Brasil. Precisamos investir em
logística, especialmente em ferrovias. E não apenas no estado catarinense, mas
em todo o País.
Atualmente, os investimentos no setor estão muito
lentos e aquém das necessidades. Uma das formas de mudar essa realidade, é
buscar recursos através parcerias público privadas e concessões, sempre com
regras claras, com relações transparentes. É preciso buscar novas soluções para
o velho problema da logística de escoamento da produção brasileira. Um país com
dimensões continentais não pode depender quase exclusivamente das suas
rodovias. Que, aliás, estão em condições precárias.
Eduardo Campos